Textos
Escravidão agrícula
Desde ainda menino
viajando com o meu irm-ão gêmeo
levado pela nossa querida mamãe,
para, assim, à convite passarmos
entre uma até mesmo duas semanas
nas rústicas resid~encias
de suas amigas professoras
que residiam no interior pernambucano
onde algumas com os seus maridos
possuíam plantações
tanto de algodão e cítricos,
como também de canaviais,
onde inúmeros escravos,
tanto homens como mulheres
realmente de todas as cores
ali duramente trabalhavam
sem nenhuma garantia,
nem de saúde nem trabalhista,
pois todos eram analfabetos
e não tínham uma carteira de trabalho,
e muitos ali mesmo nasceram
literalmente em barracos
onde simplesmente sobreviviam
comendo um almoço minguado
pelos seus patrões diariamente dado,
enquanto o café da manhã
assim como o noturno,
eles é que se viravam
para algo comerem, de fato,
e, muitas vezes lhes vi
assando numa pequena fogueira
animais que eles mesmos tínham caçado,
como por exemplo prear, socó e lagartos
e, porque sempre tínham sal,
esse era o tempero que usavam.
Nos casebres onde dormiam
não tinha luz nem água encanada,
e se lavavan com água aparada
misturada com todo tipo de sujeira
e, era essa mesma água
que todos bebiam, de fato.
Esse horripilante cenário
do Nordeste brasileiro
apesar de ser realmente triste
diante um belíssimo lugar,
francamente nunca esqueci
por claramente ter na minha infância visto
o Brasil, país onde nasci
e, toda a minha juventude vivi,
lamentavelmente até hoje ter escravos,
que nascem pobres e assim se passam,
apesar de trabalharem duro
toda a sua infeliz exist~encia, de fato.
Silvio Parise
Enviado por Silvio Parise em 13/10/2024