Numa imensa favela
literamente formada
de pequenos barracões
de uma porta e janela
e, totalmente cobertas
por simples latas,
nasceu com a ajuda de parteiras
ali mesmo encontradas
sem verdadeiramente nenhum curso
nem tão pouco estudo,
por realmente viverem
e, ali como batatas crescerem
ao pé de uma estrada
que, realmente ligava
dois Estados desse Nordeste brasileiro
e, assim sobreviviam
dos seus pequenos plantios
quais, naturalmente dependiam
tudo que essa totalmente sábia
como também poderosa natureza
realmente ditava.
Por essa razão tanto a fome
como também a sede
juntamente com as mortes
devido a desnutrição
atrelada as doenças
como também aos nascimentos,
naturalmente sempre foram
tanto visto como entendidos
como sendo parte dos naturais ciclos
complexos mas reais,
que essa vida nos oferece
e, por isso continuavam
sempre lutando e diariamente trabalhando,
descansando somente aos domingos, de fato.
E, apesar dessa dureza
via que mesmo assim,
a terra verdadeiramente amavam
e, se alguém naquela estrada parasse
perto deles com um pneu furado por exemplo,
saíam dos seus barracões
e logo vinham ajudar,
porque além de serem
verdadeiramente super prestativos,
ainda por cima tínham
muito amor para dar e ensinar
apesar de materialmente
realmente não possuírem nada
naquele desertico lugar
formado por dezenas de barracões
ao lado de uma estrada
realmente pouco movimentada
e, feita no próprio barro
qual, aproveitavam para construírem vasos
que, assim vendiam e compravam
roupas para cobrirem a nudez
dos seus lindos filhos, de fato,
e, assim sobreviviam
uma vida duríssima mas cujo amor
vi nos seus castanhos olhos,
por isso fiquei animado, é claro.