Vivi um curto período
com um amigo favelado
num morro do Rio de Janeiro
e, onde os crimes aconteciam
literalmente por todo lado.
E, nesse breve convívio
vi tanto malandros como bandidos
que, francamente só não me mataram
porque sabiam que não era informante, de fato.
E, assim, logo aprendi a diferença
dentre o malandro e o bandido,
pelo primeiro realmente ser comunicativo
gostava comumente de me ferrar
tanto cigarro como trocados,
pois sempre me dizia que tinha
de o ônibus tomar,
enquanto os bandidos estavam
fazendo contrabando e no tráfico
e, assim, tanto morriam como matavam
numa infernal guerra urbana
que, uma certa madrugada senti na pele
fazendo-me ali nunca mais retornar.